3.3.14

liar liar

Ultimamente tenho reparado que tenho alojada em mim uma costela muito mentirosa. Ora vejamos:
Na semana passada dirigi-me a uma caixa multibanco para consultar o saldo da minha conta, a fim de verificar se já tinha recebido o ordenado. Era esse o meu intuito, nada mais. Chegada à caixa, a senhora que está à minha frente pergunta-me se eu vou levantar dinheiro, pois, nesse caso, deveria ir a outra máquina uma vez que aquela não tinha notas. Eu respondi-lhe prontamente que sim, que ia levantar; agradeci o aviso e dirigi-me à outra caixa mais próxima. Só ao aproximar-me desta é que me dei conta que tinha mentido, pois eu não ia nada levantar dinheiro, somente verificar o saldo, pelo que a dada altura apercebi-me que nem fazia sentido eu estar a deslocar-me a outra caixa.

Outra situação do género aconteceu-me com a minha supervisora, no trabalho, só que em vez de mentir para surtir afirmação do lado desta, como aconteceu com a senhora da caixa MB, menti para dizer outra coisa completamente diferente, quando a verdade era mesmo aquela que a minha supervisora tinha inicialmente sugerido. Claro que no momento em que eu o estava a dizer, não me estava a aperceber que estava a mentir, só segundos mais tarde é que enxerguei, e rapidamente o arrependimento abateu-se sobre mim como se do pior crime cometido se tratasse.

Agora não sei o que pensar disto. Não sei o que raio me levou a mentir, em primeira instância, nestas duas circunstâncias distintas, mas pensando agora um bocadinho mais a fundo, no primeiro caso, talvez possa ter mentido na esperança de corresponder à expectativa da outra senhora de que eu ia efectivamente levantar dinheiro e assim validar a sua boa intenção em avisar-me; no segundo caso, parece que foi só mesmo para contrariar a minha supervisora. Mas o porquê está a intrigar-me, que eu até pauto a minha postura no trabalho com base no respeito máximo pelos meus chefes. Ou seja, tudo isto é de uma fina incoerência. Será que Carl Jung explicaria?

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